Através das suas características arquitectónicas, julga-se que esta ermida terá as suas origens nos inícios do século XVII. De acordo com José Palma Caetano, reza a lenda que um Conde da Vidigueira terá prometido construir um templo, caso achasse um açor que lhe havia desaparecido. O referido açor teria sido encontrado num outeiro (lugar alto) perto da Vila e terá sido aí precisamente que se erigiu uma ermida que, por esse motivo, se chamou de Santo António dos Açores. Por seu turno, Túlio Espanca defende outro mito popular por detrás da criação deste templo. Segundo este último erudito, um Conde da Vidigueira, o qual seria um grande caçador, teria descoberto ninhos de açores naquela elevação, tendo alegadamente tal episódio dado origem ao nome da futura ermida.
Também as pinturas murais que a engrandecem parecem remontar ao período inicial já mencionado. Encontramos mesmo grandes painéis que representam os episódios da vida de Santo António, nomeadamente das suas pregações.
Em 13 de Fevereiro de 1700, é encomendado, aos mestres entalhadores António Antunes e Matias da Costa, um retábulo de talha dourada que infelizmente não se preservaria até aos dias de hoje.
A sua rica tradição popular poderia ser observada através de famosas romarias, ainda lembradas pelas pessoas mais idosas. Contudo, estas iniciativas desapareceriam, e a ermida ficaria praticamente ao abandono, o que contribuiu para a sua degradação.
No ano de 1982, este santuário rural foi alvo duma reparação geral do edifício e da conservação parcial dos seus frescos, iniciativa da Junta de Freguesia de Vila de Frades.
Para além da invejável arte sacra presente no seu interior, a ermida conhece uma localização esteticamente apreciável. Encontra-se no alto dum monte, dominando a paisagem envolvente, é rodeada por um adro murado e tem ainda à sua volta antigas dependências das casas do ermitão e dos romeiros, praticamente degradadas. A perspectiva que se pode ter a partir desse monte é fascinante, permitindo a identificação de diversos pontos de referência nas povoações de Vila de Frades e Vidigueira, e até de outros concelhos limítrofes.
Acesso – Caminho sinalizado a partir da EN 258, sensivelmente em frente a Vila de Frades.
Referências: José Palma Caetano - Vidigueira e o seu Concelho. 2º ed. Beja, Câmara Municipal da Vidigueira, 1994, p. 232-234; Túlio Espanca - Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Beja, Lisboa, 1992; José Falcão, Ricardo Pereira, Paula Figueiredo, SIPA, www.monumentos.pt.