Igreja da Misericórdia

Igreja Matriz de Vila de Frades
São Cucufate na Igreja Matriz de Vila de Frades

As suas origens não são fáceis de determinar. José Palma Caetano refere que a reorganização ou remodelação da Casa da Misericórdia de Vila de Frades data de 1587.

Todavia, a primeira referência cronológica que encontramos nesse templo, mais concretamente na sacristia, remete-nos para o ano de 1643, embora desconheçamos as proporções das obras realizadas nesse preciso momento. Mesmo assim, é plausível que a Igreja tivesse sido construída entre os séculos XVI-XVII. A Irmandade da Santa Casa fundaria então, no actual Largo Fialho de Almeida, a Casa do Despacho e a Igreja da Misericórdia, esta construída em alvenaria de caio.

Sabemos que, em 1705, foi construído o púlpito de caixa de madeira pintada com elementos naturalistas, base quadrada, de mármore alentejano.

Na sua capela-mor, destaca-se o retábulo de talha dourada, talvez datado da primeira metade do século XVIII.

Para além do altar central, onde a imagem de Nossa Senhora das Graças, protectora das parturientes, reivindica evidente protagonismo, encontramos também um pequeno altar lateral.

O templo guardou ainda, pelo menos, no passado, esculturas antigas de madeira estofada e dourada: S. Bento (talvez criada no século XVII), S. Luís, bispo de Tolosa (também seiscentista), Santo António (imagem dos séculos XVII-XVIII), Nossa Senhora de Guadalupe (século XVIII) e Santa Maria Madalena (século XVIII). É possível que algumas destas esculturas tivessem pertencido anteriormente a outros templos da vila, antes de serem transferidas para a Igreja da Misericórdia.

Nesta mesma Igreja, ainda se pode observar um número, embora limitado, de sepulturas epigrafadas, todas elas lavradas em mármore.

Refira-se ainda que, neste lugar, se guardam também as bandeiras processionais da Irmandade da Santa Casa, pintadas a óleo sobre tela e compostas pelos tradicionais emblemas sacros, com alguma qualidade artística (séculos XVII-XIX).

Na década de 90 do século XX, decorreram trabalhos de recuperação geral do templo, incluindo a substituição das coberturas e dos pavimentos, para além da reparação de portas e janelas e remodelação da rede eléctrica.

Actualmente, abre sempre as suas portas no âmbito das festividades religiosas, nomeadamente na altura da Páscoa ou nas Festas em Honra de São Cucufate, o orago da Freguesia.

A inegável estética deste templo religioso é ainda um argumento utilizado para acolher interessantes exposições


Referências: José Palma Caetano - Vidigueira e o seu Concelho. 2º ed. Beja, Câmara Municipal da Vidigueira, 1994, p. 232; Túlio Espanca - Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Beja, Lisboa, 1992; José Falcão e Ricardo Pereira, SIPA, www.monumentos.pt.